O poder do Jogo na eficácia da formação

Fig1. - Vista do jogo em sala.

Muitas são as formas que temos de fazer retenção de informação. A taxa de sucesso de cada uma delas varia muito e, segundo alguns autores, no topo das menos eficientes temos a aula comum com um formador a falar, falar e falar. Nas mais eficientes formas temos o ensinar os outros, o aprender fazendo, o discutir em grupo e as demonstrações. Já agora, visualização de vídeos e leitura de livros posicionam-se na parte superior da pirâmide com eficiência moderada baixa.

O uso do jogo com fins específicos e bem definidos torna-se um instrumento valioso na formação porque este tem regras que têm de ser apreendidas. É desafiante, desperta no formando a vontade de vencer e fazer cada vez melhor. Se as regras forem construídas por forma a emular a realidade, o formando melhora o seu entendimento não só do jogo mas também da própria realidade à medida que progride naquele. O participante percebe que de jogo para jogo melhora as suas competências e isso aumenta também a sua confiança.

A passagem de um jogo para outro traz novos desafios uma vez que surgem novos parceiros, novas regras, novos objetivos e o foco passa a estar numa nova realidade. A resiliência e a autoconfiança do formando estão a ser trabalhadas e a evolução do formando é notória quando usamos o jogo. A probabilidade de desistência num futuro posto de trabalho é menor porque o formando apresenta-se muito mais preparado para enfrentar o desafio.

O entendimento pleno de uma tarefa complexa não pode ser alcançado pelo tradicional método expositivo. Não basta um formador explicar o conteúdo “A”, outro explicar o conteúdo “B” e por aí fora até ao conteúdo “Z” para que o formando encaixe no seu cérebro, quais peças de lego, todo esse manancial de conteúdos por forma a executar numa só tarefa ensinamentos exigidos “de A a Z”. Muitos de nós passamos anos a fio a ouvir professores debitar os mais diversos conteúdos e, chegados ao mundo das empresas não os aplicamos porque pura e simplesmente não sabemos para que servem ou já nem sequer deles nos lembramos. Onde está a eficácia da formação?

O jogo, a criação de cenários de formação, o uso da realidade simulada são ferramentas que estão ao dispor dos formadores para tornar a formação mais eficiente. Não se melhora a formação implementando formulários, planos de sessão, plano disto, plano daquilo. Melhora-se a formação concebendo melhores exercícios, melhorando a qualidade dos cenários de formação onde são colocados os formandos para que estes possam sentir que vão embora mais ricos, mais conhecedores do mundo que os rodeia e assim partam mais confiantes, mais preparados para perceber os processos, as metodologias de organização e os sistemas de informação existentes nas empresas. A realidade simulada é a ferramenta que melhor prepara os formandos para vencer os desafios do mundo corporativo.

Concluindo, da mesma forma que um piloto de avião não aprende a pilotar apenas com teoria, também a gestão operacional nas empresas precisa de simuladores para preparar os futuros trabalhadores. Este é o caminho para uma formação mais eficiente e eficaz.